“Ensino pela arte” – Articulação vertical entre ciclos na área das Artes Visuais

 

 

A docente Ana Neves, pertencente ao grupo 240 – EVT, no presente ano lecionou todas as turmas pertencentes ao 5.º ano de escolaridade, nas disciplinas de Educação Visual e Educação Tecnológica. Refere que a maioria dos alunos, revelam falta de pré-requisitos base ao nível da aplicação das técnicas, ou até mesmo no simples manuseamento de uma régua. Existe ainda falta de sentido de responsabilidade por parte dos mesmos, na conclusão dos trabalhos, de forma atempada, assim como na falta de qualidade dos mesmos.

Pelas razões apresentadas, e não só, a docente propõe o seguinte:

- Durante o percurso escolar dos alunos no 1.º Ciclo, os mesmos dispõem apenas de uma hora letiva semanal destinada às Artes Visuais, o que é pouco frutífero. Durante a prática pedagógica, verifica-se que a criatividade da criança é reprimida, por vezes, por estereótipos difíceis de ultrapassar. A criança sente-se limitada na sua capacidade de imaginar e de recriar o mundo que a rodeia, perdendo ao longo do seu percurso escolar aquilo que melhor a caracteriza - a espontaneidade e a singularidade expressiva. A exploração livre e orientada de materiais e técnicas de expressão gráfica e pictórica, não só contribui para despertar a imaginação e a criatividade inata dos alunos, como lhes possibilita o desenvolvimento da destreza manual, a descoberta e a organização progressiva de superfícies e volumes. Devido aos programas extensos e ambiciosos de outras áreas como Português, Matemática e Estudo do Meio, todos os fatores supramencionados ficam por vezes muito aquém do que deveria ser explorado, resultando assim na fraca criatividade, a pouca expressividade e sensibilidade estética demonstradas pelos alunos nas várias situações-problema. Resulta ainda na pouca destreza e manipulação dos materiais e instrumentos de trabalho, desconhecimento de muitos materiais e técnicas inerentes à Expressão Plástica. Em virtude do exposto, defendo que a arte é uma ótima estratégia para se caminhar rumo ao desenvolvimento expressivo e representacional do aluno, logo deve passar a ser mais valorizada, dentro da escola, deixando de ter somente um caráter lúdico, e a designação na maior parte das vezes de desenho ou pintura. É imprescindível que se passe a afirmá-la como uma disciplina curricular importante para o desenvolvimento cognitivo e motor (coordenação óculo-manual, motricidade fina, perceção/discriminação visual, sentido estético e artístico, desenvolvimento emocional, social, cultural...) dos alunos. A arte é importante e necessária na educação escolar e na vida

do indivíduo, sendo um fator de extrema importância para a humanização de qualquer civilização.

Assim, o ideal seria que cada vez mais a escola dos nossos dias viesse a assumir um maior compromisso com o processo do ensino da arte, nomeadamente das Artes Plásticas, contribuindo assim para o desenvolvimento da imaginação, da criatividade e de invenções artísticas dos discentes.

Neste sentido a professora Ana Neves, propõe que seja implementado um projeto com o tema “Ensino pela arte”, que pressupõe, assim, a articulação vertical entre os vários níveis de ensino, conducente a uma melhoria significativa do desempenho do aluno, ao nível da criação de pré-requisitos de base, não esquecendo o fortalecimento da identidade pessoal e social deste, com a lecionação da Educação Artística/Artes Visuais no pré-escolar e 1.º Ciclo pelos docentes da especialidade – Grupo 240, em trabalho colaborativo com os professores titulares.